
Morte ainda é um assunto difícil de lidar. Principalmente quando você tira dela lições para a vida. E não importa se é a morte de uma pessoa ou um animal de estimação. Morte é morte. A certeza da vida. A morte traz consigo a dor. A dor da separação.
Há poucos dias morreu a Alice. Alice é uma linda cadela que pertencera a minha enteada. Ela morava na casa da minha cunhada que cuidava dela com muito amor.
Amanhecemos com tantos planos para o dia... Recebemos a notícia que Alice teria passado mal à noite e que estaria mal no veterinário. Doença comum em cães de sua raça, com seu tamanho e com sua idade – 9 anos. Claro que não fizemos o que havíamos planejado, fomos para onde ela estava, já bem debilitada, semi-consciente.
Quando conheci minha esposa, Dak, a Alice foi uma das primeiras pessoinhas de quem ela me falou. Fomos apresentados quando fomos fazer uma visita à minha cunhada. Enorme! Quase um bezerro! E curioso, ela estava cuidando de um cachorrinho de borracha minúsculo que ela achava ser o seu filhote. Ela adorava sentar no colo das pessoas esperando um afago. Muito carismática.
Aprendi em minha profissão de Metafísico o conceito de sincronicidade. Sincronicidade é o conceito de que nada ocorre independente do todo. Tudo está relacionado com tudo. Causa e efeito de coisas que às vezes não conseguimos ver.
Ficamos pensando qual seria a conexão de tudo isso com nossas vidas. Os clientes da Dak desmarcaram consulta liberando-a naquele trecho do dia em que estivemos na doutora e presenciamos o desenlace da Alice.
A Alice só faleceu depois que minha cunhada chegou. Entendemos que ela estava esperando sua chegada. E que tudo tinha a ver com o processo dela de transição de uma realidade espiritual para outra. Escolhas que ela está fazendo de forma bem tenaz. Para mim, Alice era a representante da antiga forma de ser de minha cunhada. Agora que Ela escolheu estar em outro paradigma, a Alice sinalizava essa transição. Os animais mostram nossos processos. Sejam eles peixinhos de aquário, gatos ou outro tipo de animal.
Alice estava mostrando o fim e o recomeço dos processos. A morte não o fim. É um fim; e um recomeço. Para a Alice e para nós. Minha esposa e eu estamos recomeçando nossa vida, ressignificando nossa caminhada a dois. Minha cunhada, sua caminhada espiritual.
E a dor? A dor é uma ilusão. Se estamos na ilusão, sentimos dor. Não é esperado que você não sinta a dor da falta de alguém querido. É normal e desejável sentir a dor, pois ela engendra processos novos. Mas, se tivermos os olhos na unicidade, no fato de tudo ser unido, ligado, não veremos a separação. Isto quer dizer que Alice agora sou eu. Alice agora é você. Ela se desmanchou no todo, tal qual a gota da chuva no oceano. Agora, não poderá mais ser distinguida, pois é tudo o que há. Se desmanchou em mim, em você, no próprio Deus.
Terapeuticamente falando, a morte nos ensina que passar pela dor é crescer. É ver quão separados estamos e que na realidade essa separação não existe. É como aquela sensação que temos de ter um relógio no braço mesmo depois de tê-lo tirado. Demora um pouquinho para nos acostumarmos com a idéia.
Com a morte, o terapeuta pode apontar para novos começos, novos paradigmas, novas aprendizagens. Requer coragem, requer o conhecimento de que tenho falado até aqui: Somos uma unicidade com o todo. E nada pode nos causar dano, nos machucar verdadeiramente. Esse conceito pode ser experienciado por quem faz terapia. A terapia da consciência.
Em tempo: Quando chegou a hora da Alice, estávamos fazendo reiki nela. Proferi o mantra do símbolo HZN que abre um portal no tempo e no espaço. Dissemos para ela que ela poderia passar pelo portal e ir para o lugar de descanso. O que aconteceu nos 30 segundos seguintes foi algo de muito precioso: O desenlace da Alice. Ela passou pelo portal. Nós aprendemos que a morte é uma passagem pelo portal.
Amamos você Alice.
Em tempo: Quando chegou a hora da Alice, eu e a Dak estávamos fazendo reiki nela. Proferi o mantra do símbolo que abre um portal no tempo e no espaço. Disse para Alice que ela poderia passar pelo portal e ir para o lugar de descanso. O que aconteceu nos 30 segundos seguintes foi algo de muito precioso: O desenlace da Alice. “Ela passou pelo portal".